terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A História do Maior Investidor Pessoa Física da Bolsa Brasileira

A trajetória do investidor Lírio Parisotto
A história do ex-agricultor de Nova Bassano (RS) para o mercado de capitais traz muitos tropeços, mas também muito sucesso. Investiu em ações de grandes empresas e atualmente o fundo de investimento do de Lírio ultrapassa R$ 1,33 bilhões.
Por Cristiane Moraes


Nascer pobre nunca foi um limitador para Lírio Parisotto, nascido em Nova Bassano, interior do Rio Grande do Sul. Ele sempre quis ser rico e correu atrás do seu objetivo. Depois de abandonar sua vida como agricultor aos 13 anos de idade, foi seminarista, bancário, médico, comerciante, até chegar a industrial e dono da empresa Videolar.
 

Inicialmente pode parecer que vamos contar a história de sua carreira profissional e empresarial, mas na verdade vamos focar no “investidor” que Lírio sempre carregou ao longo de sua vida. A primeira experiência do ex-agricultor no mercado de capitais foi um tanto desastrada, mas nada o desanimou.
 

O empresário sabe muito bem o que é perder dinheiro e conta que cometeu dois grandes erros antes de começar a colher bons frutos nos investimentos em ações. Hoje o fundo de investimento de Lírio Parisotto na Geração Futuro Corretora ultrapassa R$ 1,33 bilhões.


Parisotto ingressou no mercado de capitais em 1971, quando ouvia muitas histórias sobre como dobrar o dinheiro investido em seis meses. Motivado por isso, abriu mão das economias reservadas para comprar um carro e investiu tudo em ações. Resultado: perdeu. “Acho que o que restou não dava para pagar um jantar, pelo menos não com o vinho mais diferenciado”, brinca.
Mesmo assim, não desistiu em1986 teve o seu maior prejuízo. “Entrei no pico do mercado e investi US$ 500 mil, que fazia parte do giro financeiro da empresa”, conta. Logo depois o mercado desabou e novamente o empresário amargou um prejuízo, agora dos grandes, uma perda de US$ 300 mil.



Depois do vendaval, a bonança!

Se por um lado, a carreira de investidor de Lírio parecia fracassada, a de empresário ia de vento em polpa. Ele lia muito sobre a economia brasileira e percebia que mesmo com a queda do mercado muitas empresas continuavam crescendo, gerando lucros e dividendos. Passou a estudar a fundo as empresas e resolveu que iria se basear em fundamentos para investir.

No início da década de 90 descobriu o livro “Faça Fortuna com Ações, Antes que seja Tarde” , Décio Bazin, que era articulista do Jornal Gazeta Mercantil, e sentiu que poderia ser sua grande chance de acertar no mercado de ações.

“Um pouco de sorte e também de preparo fez com que eu entrasse novamente na Bolsa logo depois que o mercado entrou em grande queda”, relembra. Dessa vez, Lírio aplicou US$ 2 milhões e estabeleceu um stop de ganho: quando o valor dobrasse sairia do mercado. E foi o que aconteceu um ano depois.

“Lavei a alma do prejuízo do passado e com o lucro consegui comprar a outra parte da sociedade da Videolar e fiquei com 100% da empresa. “Aprendi como perder e como ganhar”, destaca. Depois disso, o investidor ficou um tempo fora do mercado.

Critérios e Informação


Somente em 1998 voltou para o mercado de capitais, fez um investimento inicial de US$ 6 milhões e formou a carteira que tem há 11 anos. Ele reinveste todos os dividendos, só compra e investe em torno de 12 empresas. Segundo ele, só insere uma nova empresa carteira para substituir outra. “Compro ação para casar, não para ficar. Isso não quer dizer que não possa dar divórcio”, brinca o investidor que afirma que o seu critério para compra de papéis é preço (P/L).

Quando questionado sobre a queda da Bolsa nesse início do ano, diz que não se abalou e que no pior dia de queda aproveitou para comprar. “Meu benchmark é o Índice Bovespa, e em 2007 ele cresceu 43%, enquanto que o meu fundo 80%”, acentua.

Parisotto diz que são tempos diferentes, e que acreditava que o perfil dos investidores tinha melhorado, mas a maioria é gananciosa, e isso só faz perder. “Eu mesmo jamais investi em IPO. Acho que é preciso ter critérios e saber quanto realmente vale uma empresa”, aponta.

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